terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Pedaços de tua cidade


Pedaços de tua cidade

Entrei em teu quebra cabeça
Pelos portais verdes, banhados
Verde água e verde folha
Teimavam em enfrentar o concreto e o asfalto
Cal
Paus e pedras
E antes de descer do freezer
Uma seringueira despontava de dentro de um antigo casarão
Deixei meu inglês de lado para ceder ao seu espanhol
Ao sotaque doce, letra e música
Que alguns velhos teimam em tornar soturno
Sombrio
Me acomodei
Provei os sabores tão cosmopolitas
E saí em busca de meus ingressos
Mas já tinha ingressado no teu mundo passado
Que era meu presente
De grego
Olhos gulosos vendo o casario histórico
Em que um filhote de gato brincava de equilibrista
No alto do quarto andar
Planta brotando da lage
Intrusa, estranha, forasteira
Tratada como visitante estrangeira
O sol veio meu dar boas vindas
E tornar este porto tão alegre,
Aportei numa parte de ti
E fiquei beirando o coração
Visando o fígado
Bacteria
Cada passarela era um caminho
‘’só para/só para meu bem passar’’
Cada sombra de árvore poderia mostrar
Você se alongando no meio da caminhada
Cada mesa na calçada
Poderia te ter erguendo um brinde
Cada porta de comércio
Poderia te deixar sair
Cada janela de apartamento
Poderia de mostrar atrás do vidro
Como na primeira vez que te encontrei
Cada banca de jornais
Poderia de deixar sair de óculos escuros
Auxiliadora, vem uma Van
De nome Tristeza
Que não era um mau presságio
Salgado Filho, Senhor e Senhora dos Passos
Me levar aos moinhos de vento
Chegaria a ter um bom fim?
Tudo sorria e me mostrava
Teu berço, infância, juventude
Um templo budista
E uma paz profunda
Já podia ir sem melancolia
Você tinha deixado teu lar
Mas ficou ali de presente
Tua brilhante alegria!

Lembrete: estes poemas são antigos, vindos de um blog denunciado e deletado.

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